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S. Bernardo de Claraval

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Breve História

Penajóia e as Suas Origens

Penajóia - Curvaceira-Antiga

Penajóia é uma freguesia de reconhecida amplitude, onde se encontram os picos da serra e as reentrâncias dos vales, serpenteados por vinhas e pomares, na frondosa margem esquerda do Rio Douro. Território com marcas anteriores à fundação de Portugal, onde habita um povo que se orgulha da riqueza das suas tradições e do extenso património religioso. 

Freguesia do concelho e diocese de Lamego, pertencente ao distrito de Viseu, a Penajóia está formosamente situada na bacia hidrográfica do Douro, na região denominada de Douro-Sul. A localização proporciona-lhe um microclima que é favorável não apenas à produção do Vinho Generoso (Porto), mas também à produção frutícola e hortícola, destacando-se como pérola desta terra a primeira e mais saborosa cereja da Europa. A maior riqueza é, contudo, a sua gente que ao longo do tempo definiu a fisionomia da terra, através do trabalho árduo e persistente, pois o Douro tem tanto de belo como de exigente

A Origem do Nome

As opiniões quanto à origem do nome “Penajóia” dividem-se e são desiguais. A referência surge em alguns documentos medievais com diferentes palavras: Penadaguia, Pena Judeia, Pena Johiam, Pena Julia. O historiador Gonçalves da Costa (1979) defende que deve procurar-se a origem do nome nos vestígios arqueológicos existentes junto ao designado lugar do Castelo, no morro conhecido pelo nome arcaico de Guediche, onde teria existido uma povoação com o nome de Guedeia. Deste teria derivado o nome de Pena Guedeia, depois Pena Judeia ou Pena Johiam. 

Joaquim Viterbo (1865), no “Elucidário”, cita documentos do século XII em que esta paróquia era chamada de Pena Judéia. Pedro Ferreira (1907), na “Tentativa Etimológica”, afirma que, tal como Beja se designou de Pax Julia, Mértola de Myrtilis Julia e Lisboa de Felicitas Julia, também Penajóia teria sido Pena Júlia, por causa da grande e formosa penha que mereceu a honra de ser dedicada ao imperador romano Caio Júlio César. 

Almeida Fernandes (1999), grande conhecedor da época medieval, considera que a forma portuguesa deste nome, até ao fim da Idade Média, era Pena Juia (ía) e não Pena Júia. A forma primitiva era Pena Judia (ou Pena Judea), que evoluía para juía. Por esta via, “pena” indicava um local povoado por judeus ou pertença destes. Nas Inquirições da Idade Média aparece quase sempre Pena Juya e, segundo o autor, é aqui que se encontra a origem do nome atual de Penajóia. 

Paralelamente, existe ainda a interpretação popular que fala de uma lenda, relaciona com a origem do nome, a partir de uma princesa que por aqui passava e que ao deixar cair uma jóia lhe colocou um pé por cima, para evitar que a mesma fosse vista pelas companheiras de viagem (Pé-na-jóia). Independentemente da veracidade da narrativa, o fato é que as preciosas e deliciosas cerejas, juntamente com as paisagens e as gentes, são jóias naturais desta terra. 

“Território com marcas anteriores à fundação de Portugal ”

Da presença romana ao foral de D. Manuel

Pinho Leal (1873) situa esta paróquia na Beira Alta e fala dos vestígios da presença romana, assim como sobre a denominação de alguns lugares. Após a saída dos castros e a descida para locais mais planos, foram-se edificando novas povoações. No sopé do morro o Casteloapareceu a Villa Plana (Vila Chã). Depois dos romanos, outros grupos vieram e trouxeram o cristianismo. Terá sido neste local que os primeiros cristãos se organizaram à volta de uma ermida levantada em honra do Salvador. Uma comunidade cristã que rapidamente foi elevada à condição de Paróquia, durante o período de ocupação sueva e visigótica. 

Tal como atestam vários documentos, Penajóia recebeu foral de D. Afonso Henriques, tendo este sido reformado posteriormente pelo rei D. Manuel, em 15 de julho de 1514, com a confirmação da riqueza agrícola destes lugares

A Paroquialidade

A paróquia de Penajóia corresponde aos limites geográficos da freguesia. Sabe-se, através dos documentos históricos, que nos primórdios da nacionalidade as terras de Penajóia eram pertença de El-Rei. Posteriormente, terras e edifícios, acabariam por ser doados em compensação pelos serviços prestados na reconquista das terras portucalenses. Assim terá acontecido também com a Igreja existente, dedicada a Santíssimo Salvador, doada à população, tal como confirmam as Inquirições de 1258. O edifício de então não é o mesmo que encontramos hoje.  

O direito de padroado pertencia à coroa que nomeava o pároco e a paróquia era designada de Abadia. Após 1508, o direito de padroado foi concedido às freiras franciscanas de Santa Clara, do Porto, que por autorização da Santa Sé, ficaram também a cobrar os dízimos, salvo a pensão para o pároco que passou a servir uma Vigararia. 

As Inquirições e as Memórias Paroquiais de 1758 referem que o centro da freguesia se confunde com a igreja paroquial, situada no cima da freguesia, composta por trinta e dois lugares: Curvaceira, S. Gião, Torre, Pousada, Pinheiro, Palheiros, Moledo, Codorneiro, Curujais, Portela do Meio, Ribeiro, Valverde, Molães, S. Paio, Paço, Sobre Igreja, Várzea, Fornos, Casas, Vinhas, Penedo, Vale Claro, Mata, Portela de Lagoas, Estremadouro, Lagoas, Rego, Vila Chã, Cima de Vila, Fundo de Vila, Moinhos e Castelo. 

No mesmo documento refere-se a existência de duas Irmandades: a de SS. Salvador e a de S. José. Confirma-se também a existência de dezoito lugares de culto: 

Nossa Senhora da Lapa, na Curvaceira, pertença a Domingos Rodrigues; 

Santo António, na Quinta do Pombal, em Despovoado, de João Correia da Fonseca; 

Nossa Senhora da Encarnação, no lugar de S. Geão, do Povo; 

Santo António, na Torre, da viúva Clara Maria; 

Santo António, em Pousada, de Bernardo José Cerqueira de Queiroz; 

S. José, na Portela, de José de Carneiro Tavares; 

Nossa Senhora da Ara Vera, na quinta de Penim, de Carlos António; 

Nossa Senhora da Ajuda, no Moledo, do Povo; 

S. João Batista, na Quinta das Adegas, de Domingos Francisco Chaves; 

– Santo António, em Fornos, de António Cardoso da Fonseca; 

Nossa Senhora da Piedade, junto ao lugar de Portela de Lagoas, do Povo; 

S. Francisco, no Estremadouro, pertença do Padre Álvaro de Pereira; 

– Apóstolo S. Pedro, em Lagoas, do Povo; 

Nossa Senhora da Conceição, Fundo de Vila, do Povo; 

Santo António, em Cimo de Vila, do Povo; 

Apóstolo S. Tiago, em Sobre a Igreja, do Povo; 

S. Sebastião, em Molães, do Povo; 

Família Sacra, em Molães, de Bernardo José Cerqueira de Queiroz. 

 

Posteriormente, o autor Azevedo (1878), acrescenta a esta lista mais algumas Capelas: 

Nossa Senhora da Saúde, na Quinta do Santinho; 

Santa Ana, na Quinta de Lagoas; 

Santo André, entre os povos; 

Jesus, Maria e José, em Malares (Sagrada Família, em Molães?); 

Senhora do Amparo, no Paço. 

Nos meados do século XX, havendo necessidade de construir uma nova Igreja no centro da Paróquia, para se congregar a população que estava em crescimento, edificou-se a Igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima, em Molães, passando esta a assumir o título de Igreja Paroquial. 

 A revisão de algumas notas históricas ajudam-nos a compreender as características do povo que constitui a Paróquia de Penajóia. Povo trabalhador, habituado a transformar a dureza dos socalcos declivosos do Doutro em arte e em néctar. Povo que vive essencialmente do que a terra oferece: a fruta, o vinho e o azeite. Realidade que, apesar do muito valor e qualidade, não tem impedido os mais jovens de emigrar em busca de melhores condições para as suas famílias. 

A exigência do trabalho nunca foi justificação para que se descuidasse a celebração da Fé, a transmissão dos valores e a vivência dos princípios cristãos. A confirmar estão também os diversos monumentos religiosos, espaço de encontro e testemunhas de almas crentes. 

O facto de ser uma paróquia geograficamente dispersa por diversos lugares de culto, além dos três cemitérios, dificulta o encontro entre todos. Este distanciamento social, fortemente sentido no passado, tem-se alterado com a chegada e intensificação dos meios de comunicação social e o trabalho de proximidade dos párocos que aqui assumiram a sua missão, tornando-a numa Paróquia com um sentido intenso de comunidade fraterna. 

Breve História

Bibliografia

FERREIRA (1907), Pedro Augusto, Tentativa etymologico-toponymica.
Acessível em: https://archive.org.

VITERBO (1865), Joaquim de Santa Rosa de, Elucidário das Palavras.
Acessível em: https://archive.org.

FERNANDES (1999), A. de Almeida, Toponímia portuguesa : exame a um dicionário, Associação para a defesa da cultura Arouquense.

PINHO LEAL (1873), Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de, Portugal antigo e moderno: diccionario, Livraria Matos Moreira e Companhia, Lisboa.
Acessível em: https://archive.org

AZEVEDO (1878), Joaquim de, Historia Ecclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego. Porto: Typographia do Jornal do Porto. 

COSTA (1979), Manuel Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Vol. II, Lamego: Gráfica de Barbosa e Xavier. 

DIONÍSIO (2005), Joaquim, Paróquia de Penajóia. Um Tempo e um Espaço à Beira Douro. Penajóia. 

Paróquias de Avões, Ferreiros, Penajóia e Samodães

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