per Mariam ad Iesum

S. Bernardo de Claraval

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Património Religioso

Capela de Nossa Senhora da Ajuda

A Capela de Nossa Senhora da Ajuda está situada na margem do rio Douro, no lugar de Moledo. Fazia parte de um conjunto de bens deixados pela rainha D. Mafalda, a esposa de D. Afonso Henriques: uma capela, uma hospedaria/hospital, uma barca com passagem gratuita para os viajantes das terras ao redor. A construção original data do século XII, embora o edifício atual seja o resultado da reconstrução mais próxima do nosso tempo.

Nossa Senhora da Ajuda - Paróquia de Penajóia

No trono, a imagem de Nossa Senhora da Ajuda, que coroa a assinalável beleza desta capela e que esteve escondida atrás do edifício, onde funcionou a hospedaria e hospital dos peregrinos e viajantes que atravessavam o rio e os pobres que por ali viviam. Duas imagens ladeiam o trono e preenchem o altarmor: as imagens de S. José e S. António. Destaca-se ainda S. Caetano, colocado numa mísula no arco que abre para o altar-mor. Trata-se, seguramente, da imagem mais antiga que se encontra nesta capela, tendo sido devidamente restaurada em 2017.  

No teto, aparecem as armas dos Reis de Portugal. Talvez como protesto permanente, no dizer de Pedro Augusto Ferreira, nosso conterrâneo do século passado, contra quem acabou com tão valorosa instituição, como nos refere um outro conterrâneo franciscano, Frei Cardoso (2008) 

O lugar de Moledo assume-se como um importante marco na história desta comunidade e da nacionalidade portucalense. Por aqui passava uma antiga estrada e trilho secundário do Caminho Português Interior de Santiago, que atravessava toda a freguesia, seguia para Lamego pelo lugar de Santiago e para Mesão-Frio, na outra margem. A travessia do rio fazia-se com uma barca chamada de Moledo ou de “por Deus”, por ser também gratuita para todos, tanto para pobres como para ricos. 

O historiador lamecense Gonçalves da Costa (1992) descreve o apogeu deste lugar, relatado em sessão da Câmara de Lamego de 10 de julho de 1766. “Este lugar possui um formoso templo, dotado de púlpito, trono, retábulo dourado, imagem da Virgem, com missa aos domingos e dias santos para passageiros e barqueiros celebrada por capelão pago das rendas. A passagem mantém-se muito ativa por se achar na estrada real e principal que liga ambas as Beiras com Trás-os-Montes, Porto e Minho. É servida por uma grande barca que carrega 25 bestas e perto de 100 pessoas”. 

Cordeiro Laranjo (1980), no Jornal Ecos, afirma que nos princípios do século XIX, ainda a Barca, a Albergaria e a Capela do Moledo tinham um Juiz, que era eleito e nomeado pelo Senado de Lamego. A barca já não era “por Deus” mas “por dinheiro. Pertencia à Câmara de Lamego a administração das barcas do Moledo, Carvalho e Bagaúste, por Portaria do Ministério do Reino, datada de 1843. A partir daqui se estabeleceram regulamentos. As barcas não podiam ter menos de setenta palmos “de ôca de ré à ôca d’avante”, e a tripulação em “rio alto não podia ter menos de seis homens e em “rio baixo três

O barqueiro era obrigado a passar os viajantes desde o romper do dia até ao fechar da noite, aos militares em serviço e correios a toda a hora. Fixou-se, nesta altura, uma tabela de preços para as passagens: dez réis por pessoa; vinte réis por cavalgadura carregada ou descarregada; cem réis por carro de bois, com ou sem carga. Ainda hoje, muitos habitantes deste lugar e freguesia, se lembram de passar a barca por cinquenta centavos, pois era a única forma de apanhar o comboio, na estação do Moledo, na margem direita do Rio Douro. Por aqui muitas vidas se perderam por causa dos constantes naufrágios que aconteciam, sobretudo nas grandes cheias e nos invernos mais rigorosos. 

Atualmente a capela é propriedade do Povo e o Hospital ou Albergaria é de propriedade privada. A Albergaria sofreu profundas obras de restauro, afim de servir de Hotel de quatro estrelas. As placas identificativas, Hotel D. Mafalda, estão cravadas na sua entrada. O suposto Hotel sofreu as contrariedades provocadas pela crise económica de 2011, permanecendo imponente, mas à espera que o investimento devolva a dignidade e a opulência de outros tempos àquele lugar. 

Neste aprazível recanto permanecem algumas casas em ruínas, mas de elevada beleza arquitetónica que foram pertença do Dr. João Cardoso Ferraz de Miranda, oficial distinto da Secretaria dos Negócios do Reino. Encontram-se actualmente também meia dúzia de famílias que continuam a dispensar beleza e encanto a este fértil espaço, dotado de um microclima com características únicas que cria as primeiras cerejas da Europa. 

Na capela de Nossa Senhora da Ajuda celebra-se Eucaristia uma vez por mês, nas Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, a 1 de janeiro, e na  Solenidade da Assunção de Virgem Santa Maria, a 15 de agosto.  

Capela de Nossa Senhora da Ajuda

Bibliografia

COSTA (1992). Manuel Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Vol. VI, Lamego: Gráfica de Barbosa e Xavier. 

CARDOSO, José Jesus (2008) disponível na página web: http://cardoso-penajoia.blogspot.com/2008/05/penajia-moledo.html. Acedido em 11 de maio de 2020. 

CORDEIRO LARANJO, F. J. (1980, novembro). Dizem os livros e papeis velhos: outra vez a barca de Moledo. Ecos de Penajóia, p. 6. 

Paróquias de Avões, Ferreiros, Penajóia e Samodães

QUARESMA 2021

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