1 – Jerusalém. Vamos todos com Alegria. Subamos a Jerusalém. O Tempo da Quaresma é um caminho que todo o cristão é convidado a realizar, descendo ao mais profundo da sua existência para se encontrar com Deus. Este ano, a nossa comunidade quer fazer este caminho, no rescaldo da Alegria da Jornada Mundial da Juventude, mas com os olhos em Jerusalém. É no alto da colina, em Jerusalém, que Jesus é crucificado, entregando-se por amor. Na sua dor, paixão e chagas redime todas as dores, feridas, angustias, tristezas e desalentos. Em Jerusalém a Morte dá lugar à vida; a dor à esperança e a tristeza à alegria. Por isso, queremos viver esta Páscoa na esperança de que subir a Jerusalém tem as suas dificuldades, há muitas coisas que teremos de abandonar, feridas e chagas para curar. Queremos abandonar o nosso egoísmo, incompreensão, injustiça, crítica infundada, inveja, ódio, rancor, consumismo, solidão, falta de tempo para a família e amigos, indiferença religiosa para viver uma Fé mais esclarecida, vivida e celebrada ao rito da Luz que irradia da manhã da Ressurreição. Queremos chegar a Jerusalém mais felizes, alegres e envolvidos com a nossa comunidade e famílias que acolheremos no dia de Páscoa.
A Páscoa é tempo de Festa e de Alegria e gostaríamos que fosse vivido, por todos, com muito entusiasmo ao participarem nas celebrações da Semana Santa: Domingo de Ramos, Instituição da Eucaristia e Lava-pés, Via Sacra, Adoração da Cruz, Vigília e Domingo de Páscoa com a celebração da Visita Pascal, de casa em casa. Sejamos Cristãos ousados e preparemos para subir a Jerusalém.
2 – Guerra. Após dois anos da invasão das forças militares da Rússia à Ucrânia, continuamos a assistir a brutais combates naquele lado do mundo. O número de soldados mortos, famílias despedaçadas, estruturas destruídas, pobreza e falta de cuidados essenciais à vida não para de crescer. Uma guerra, seja ela qual for, não traz benefício nenhum às pessoas que estão envolvidas ou que sofrem as consequências da mesma. Porventura só será boa para os que querem promovê-la para benefícios pessoais e económicos, destruindo os outros ou que queiram justificar uma permanência eterna no poder. Mas se olharmos para outras guerras do mundo em Israel e com o Hamas na Faixa de Gaza, Burkina Faso, Somália, Sudão, Iémen, Mianmar, Nigéria, Síria e Cabo Delgado (Moçambique), ainda que algumas delas estejam esquecidas dos nossos telejornais, não deixam de ser guerras e pela qual nada se resolve. Só com diálogo e no esforço individual e coletivo para criar Paz é que será possível construir consensos. De outro modo, estaremos sempre em Guerra.
3 – Eleições. No dia 10 de março teremos as eleições legislativas. Todos seremos chamados a cumprir o nosso direito e dever cívico, contribuir para a escolha de um novo governo. As opiniões políticas e as perspetivas de futuro são muitas, umas mais realistas do que outras. No entanto, a nossa missão é realizar o melhor discernimento possível e, em consciência, votar bem.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 58, nº 647, 29 de fevereiro de 2024