1 – Medo. Há poucos dias o Papa Francisco numa das suas Audiências, no dia um de maio, dizia-nos que o grande inimigo da Fé é o medo. O inimigo da Fé não é a inteligência, não é razão, não é a ciência. Estas ajudam a esclarecer a Fé. É o medo. O medo de confiar em Deus, medo de que Deus entre na nossa vida e nos desinstale, medo de se deixar guiar por Ele, medo de que Deus entrando na nossa vida nos tire algo de bom e belo, medo dos desafios e propostas de Deus. O medo paralisa, impede-nos de avançar, construir, de sermos novos e diferentes. Um medo assim é o contrário da Fé. A Fé é um ato de abandono e de confiança em Deus. A Fé tranquiliza e ultrapassa os obstáculos, mesmo que não saibamos o que está à frente do passo que estamos a dar. A Fé permite avançar, a Fé não bloqueia com a incerteza. A Fé é confiar. Quem confia deposita tudo no coração e nas mãos de Deus, porque sabemos que Ele nos ama, está presente e atuante. Por vezes, podemos não sentir a sua presença ou ouvir a sua voz, daí o medo, a dúvida e a incerteza… Quantas vezes não teremos a sensação de que Deus dorme, à semelhança do que aconteceu com os discípulos no meio de uma tempestade, aflitos e cheios de medo, enquanto Jesus dormia à popa. Deus pode dormir, mas vigia sempre com o coração, porque nos ama. Quem ama não deixa o coração adormecer, permanece vigilante e atento. Lutemos contra o medo, rezando pelo dom da Fé e confiando plenamente no nosso Bom Deus, mesmo que nos desafie a mudarmos de margem
2 – Solidão. No próximo dia 28 de julho celebraremos o IV Dia Mundial dos Avós e Idosos, instituído pelo Papa Francisco. Na sua mensagem para este dia com o título: Na velhice não me abandones, retirado do salmo 71. A solidão é uma realidade que aflige muitas pessoas, de modo particular as pessoas idosas. Hoje, como diz tantas vezes Francisco, vivemos numa cultura do descarte que considera as pessoas idosas como um fardo para a sociedade e famílias. Nas nossas aldeias e cidades abundam muitos idosos que experimentam a solidão, como que abandonados, simplesmente por serem velhos.
As próprias famílias ausentam-se de cuidar dos seus idosos. Partem para outras terras à procura de emprego, constituem as suas famílias e dificilmente regressam ao lugar que os viu nascer. Restando apenas os idosos, que limitados nas suas forças, vivem solitariamente os últimos dias das suas vidas. Os jovens esquecem-se que amanhã serão eles os idosos. Urge criar uma harmonia entre os idosos e as famílias mais jovens. Os jovens têm a força e a vitalidade para fazer o mundo girar, construir tecnologia, rasgar o futuro, mas de nada serve sem a sabedoria e a experiência dos mais velhos. Aceitemos o desafio que nos é oferecido pelo Dia dos Avós e idosos e construamos unidade paroquial entre jovens e idosos.
3 – Comissão. Sempre que há uma contrariedade política, um processo em tribunal ou no ministério público criasse uma comissão parlamentar. Atrevo-me a dizer que há mais comissões parlamentares que
casos. Que soluções ou mudança de paradigma trazem estas comissões parlamentares? Fazem parte da resolução do problema? Penso que nenhuma solução surgiu. Então, isto, não é suficiente para se construir outras formas que levem a uma mudança de cultura e de postura na sociedade e política portuguesa.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 58, nº 650, 27 de junho de 2024