1 – Um novo normal. A partir do dia quatro de junho praticamente toda a atividade cultural, económica e social voltará ao normal, dito de outra forma, a um novo normal. Sim, a uma normalidade nova. Nada voltará a ser como dantes, é a opinião de grande parte da sociedade. Também eu gostaria de assim pensar ou até de o afirmar, mas tenho as minhas dúvidas, o ser humano tem uma memória líquida, dilui-se facilmente com a temporalidade. Os acontecimentos de hoje marcam-nos, motivam-nos a compromissos e atitudes diferentes, mas isso tem um tempo limitado, e quando se dá conta voltamos ao mesmo. Talvez porque falte uma vontade firme, impregnada de uma espiritualidade forte, para que realidades ou os nossos atos sejam de verdade novos e diferentes. No entanto, este plausível cenário, não me impede de sonhar com um novo normal, que se concretiza numa Igreja Nova e que seja mais laical, com uma presença viva e testemunhal dos nossos cristãos; uma igreja doméstica que cresce e se alimenta da oração; uma igreja fraterna, voltada para fora e que vá de encontro aos mais frágeis e vulneráveis; uma igreja de comunhão, que vive da comunhão eucarística e construa unidade paroquial e, por fim, uma Igreja para todos e de todos, dos crentes e dos descrentes, dos emigrantes e dos da nossa terra, sem ronha, mas uma Igreja próxima, alegre e bela ao jeito de Jesus Cristo. Este novo normal, não é muito diferente daquele a que alguns de nós experimentaram, durante o período de confinamento.
2- Laudato Si. No passado domingo, 24 de maio, o Papa Francisco deu início a um Ano Especial dedicado Encíclica Laudato si, que nos ajudará a refletir no conceito de ecologia integral com o compromisso público para a “sustentabilidade total”. A pandemia serviu para sentirmos a diminuição da poluição e a preocupação de voltarmo-nos para o cuidado da nossa casa comum, o planeta onde vivemos.
Os cristãos são chamados a contribuir para uma sociedade mais ecológica, porque o nosso Deus também é verde, é ecológico, é o Criador.
P. José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 53, n.º 608, 26 de maio de 2020