1 – Páscoa. A vivência da prática religiosa e dos acontecimentos que envolvem o centro da nossa Fé: a Morte e Ressurreição de Jesus, aos poucos, retornam o seu normal ritmo. No entanto, ainda notamos que os índices de participação são muito diferentes de outrora. As pessoas estão mais envelhecidas e impedidas, por questões de saúde, de participar em todas as celebrações, a comunidade assiste a um envelhecimento da sua população fruto da saída dos nossos jovens para outras terras e/ou países, uma acentuada diminuição da taxa de natalidade aliada a uma indiferença religiosa. Ainda que algumas pessoas (nacionais ou estrangeiros) procurem a beleza destas terras para adquirir uma casa de férias ou de descanso, não é suficiente para aumentar o número de residentes, nem cria tempo para se envolverem com as tradições da comunidade. Páscoa é também um convite à reunião, à celebração da vida, à partilha e ao acolhimento. Nestes dias, regressam às suas origens tantas famílias que aproveitam as celebrações da Páscoa para estarem junto dos seus pais e avós recordando-se das tradições da sua infância e juventude. É um tempo de Festa e de Alegria e que gostaríamos que fosse vivido por todos com muito entusiasmo ao participarem nas celebrações da Semana Santa: Domingo de Ramos, Instituição da Eucaristia e Lava-pés, Via Sacra, Adoração da Cruz, Vigília e Domingo de Páscoa com a celebração da Visita Pascal, de casa em casa.
A Visita Pascal Pós Pandemia terá algumas adaptações no sentido de privilegiar os cuidados de saúde: 1) As pessoas e/ou famílias devem estar reunidas para o acolhimento da Cruz; 2) Entram em casa a Cruz, o presidente ou acólito e o restante compasso; 3) O presidente ou acólito inicia a oração da Visita Pascal à qual todas as pessoas respondem; 4) Não é aconselhado beijar ou tocar na Cruz; 5) As famílias no final da oração fazem uma ligeira inclinação à Cruz; 6) Evitar-se-á o cumprimento individual e pessoal; 7) Na eventualidade de existirem doentes, apenas se deslocarão, ao mesmo, a Cruz e o acólito ou presidente.
Estamos certos de que todos respeitaremos estas orientações para que a Visita Pascal seja um verdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado. Santa Páscoa.
2 – São José. O mês de março é dedicado a São José, o pai adotivo de Jesus, o marido e companheiro fiel e dedicado de Nossa Senhora. São José faz parte da Sagrada Família, a sua atitude e postura permitiu que o projeto de Salvação que Deus tinha, ao encarnar na segunda pessoa da Santíssima Trindade, Jesus, fosse plenamente realizado. Ao olharmos para a Sagrada Família, podemos ter a tentação de pensar que é impossível as nossas famílias imitar este exemplo. Na verdade, não podemos ver a Sagrada Família e São José de forma angelical. São José não é um anjo, é um homem, e como todos os homens teve fome, sede, dúvidas de fé, dificuldade em fazer-se entender a seu filho Jesus, zangou-se centenas de vezes com os seus clientes e membros de família. No entanto, nunca deixou que o ódio entrasse no seu coração e tudo venceu por e com Amor. Talvez seja esta a melhor forma de imitar São José amar a nossa família e tudo realizar por amor, mesmo que por vezes tenhamos de dizer um não a algum filho ou filha. Só o amor vence as dificuldades.
3 – Redução do IVA. O Estado prepara-se para baixar o IVA de produtos fundamentais para a alimentação das nossas gentes. Mais uma forma de combater a escalada da subida de preços. Não sou economista, nem político, nem gestor, mas julgo que a nossa economia, as nossas famílias e o nosso país não necessita de medidas temporárias, mas de políticas que promovam um real e efetivo desenvolvimento das famílias.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 57, nº 638, 31 de março de 2023.