1 – Sinodalidade. O Papa Francisco convocou uma Assembleia Sinodal sobre a sinodalidade, para 2023, com uma preparação ao longo destes três. Ele convida a Igreja inteira a interrogar-se sobre um tema decisivo para a sua vida e a sua missão: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio” (Papa Francisco, Discurso, 17/10/2015). Este itinerário, que se insere no sulco da “atualização” da Igreja, proposta pelo II Concílio do Vaticano, constitui um dom e uma tarefa: caminhando lado a lado e refletindo em conjunto sobre o caminho percorrido, com o que for experimentado, a Igreja poderá aprender quais são os processos que a podem ajudar a viver a comunhão, a realizar a participação e a abrir-se à missão. Com efeito, o nosso “caminhar juntos” é o que mais implementa e manifesta a natureza da Igreja como Povo de Deus peregrino e missionário. (Documento preparatório, nº 1).
A palavra Sínodo etimologicamente significa caminhar juntos, em assembleia. O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente, instituída pelo Papa Paulo VI em 1985, para respeitar a colegialidade episcopal, dando mais ampla e efetiva participação dos Bispos no governo e na condução e da Igreja Universal. O Sínodo tem três fases: a fase preparatória, consultar a Igreja no seu todo sobre o tema proposto; a fase celebrativa, os Bispos reunidos em Assembleia, em Roma e a fase de atuação, em que as indicações saídas da assembleia e confirmadas pelo Papa são recebidas na vida da Igreja.
Estamos na fase preparatória, na fase diocesana, em que cada paróquia vai ser convidada rezar e a refletir sobre algumas questões, uma Igreja Sinodal é uma Igreja que “caminha em conjunto”: Como é que que este caminho em conjunto está a acontecer na nossa paróquia? Que passos é que o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”?
“Caminhar Juntos”, só assim tem sentido crescer e alimentarmo-nos da Palavra e do Pão vivo. Uma Paróquia, uma Igreja, tem que ser sinal vivo de fraternidade, unidade. Desde que sou pároco desta comunidade tenho insistido, proposto, desafiado a cada cristão a viver a unidade, a fraternidade, num espaço que por natureza é disperso. Todos estarmos preocupados com todos, todos nos alegrarmos quando alguém está feliz ou entristecer quando alguém está triste. Todos cuidarmos uns dos outros. Agora é hora, como paróquia de avaliarmos e propormos, como cada um de nós poderá contribuir mais e melhor para este “caminhar juntos”.
2 – Black Friday. Os nossos telemóveis e caixas de correio entupiram-se ao longo destes dias com a chegada do Black Friday, prometendo descontos extraordinário, forçando-se a um consumismo rápido e instantâneo. A limitação do tempo para a compra, nem nos permite investigar pela veracidade do produto que está em campanha. Não adquiri nada no Black Friday, recusei-me a perder tempo com a leitura de anúncios. No entanto, chegaram-me a mão dois exemplos que pelo preço prenderam minha atenção. Atentamente reli, vi as características e comparei com os mais recentes modelos. Facilmente percebi que a proposta era essencialmente para produtos descontinuados já há dois ou três anos. Afinal não é desconto nenhum. Afinal o Black Friday é mais um meio para tentar vender o que já ninguém compra a um preço igual ou superior.
3 – Subida de Preços. Continuamos a assistir a uma subida de preços louca, sobretudo no que toca às energias. Continuamos contentes e felizes, porque em casa ainda há energia e algum calor para estes dias longos de inverno. E continuamos a não olhar para o lado e a perceber que há irmãos a passar grandes privações e dificuldades e nós sem nada fazer para alterar a situação que eles estão a viver.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 54, nº 623, 30 de novembro de 2021.