1 – Televisão. A quantidade raramente é sinal de qualidade. Quanto mais coisas vemos menos qualidade experimentamos. A televisão não foge a esta triste realidade. Nunca, como nestes tempos, tivemos acesso a um número infinito de canais televisivos. Aqueles que nos chegam pelo pacote adquirido no acesso ao telefone e internet e os canais pagos a exigirem, da nossa parte, um pagamento extra, tais como os canais de filmes, séries e de desporto. A multiplicidade de canais, obriga também a uma multiplicidade de programas televisivos. Com tanta quantidade de meios, a qualidade nem sempre é a melhor, imagino mesmo que se torne difícil. Isto porque os programas ou canais para subsistirem necessitam de ser visualizados por um grande número de pessoas. Aqui entra a guerra das audiências, e nesta guerra, vale tudo. Se um programa, por mais estranho que pareça subir nas audiências, então mantêm-se e procura-se temas e assuntos que prendam os telespectadores como os sorteios, os prémios ou os reality show. Os programas Big Brother, Quem quer casar com o agricultor, Amor acontece, entre outros, enquadram-se nesta última categoria. Independentemente da inclinação sexual dos participantes, da sua cultura e etnia, à qual muito respeitamos, nestes programas não existem filtros, tudo é permitido, aceite e dado a conhecer.
Impingem-nos, muitas vezes, a consumir ou a aceitar uma ideologia, uma corrente filosófica, uma postura de vida, com a capa da tolerância e igualdade, sem darem espaço à crítica, à contradição, à reflexão saudável ou à possibilidade de dizer isso não… esse tipo de vida não pode ser oferecido deste modo. Estes programas são consumidos também por muitos jovens e adolescentes que estão num processo de construção da sua identidade. Será que estarão a respeitar a liberdade de escolha de uma opção de vida, ao apresentarem modelos ilusórios de um amor terreno com pinceladas de eterno, centrados numa fantasia proposta por participantes que um determinado canal escolheu, não pela sua qualidade, mas simplesmente por serem diferentes ou fora da caixa?
2 – Plano Pastoral. Em breve daremos a conhecer Plano Pastoral para a nossa paróquia. Assumiremos como lema o que nos será proposto pela Diocese: Levantai-vos, vamos… Um bom mote para nos prepararmos para Jornada Mundial da Juventude a realizar em Lisboa, no ano de 2023, mas também um desafio para rompermos com o confinamento e iniciarmos com a nossa prática religiosa de modo presencial. O digital é apenas um meio para situações muito especiais, não a melhor forma de vivermos e celebrarmos a Fé em comunidade.
3 – Autárquicas. Ao longo de duas semanas os nossos ouvidos encheram-se de promessas vindas de todos os quadrantes. Pelo teor com que foram ditas, manifestavam um profundo interesse pelas comunidades mais esquecidas dos nossos políticos. Passaram as eleições, desejamos agora que as promessas amplamente proferidas se transformem em atos de verdadeiro serviço à comunidade. Então terá valido a pena votar.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 54, n.º 621, 30 de setembro de 2021