
1 – Verdade. O Papa Francisco no passado dia quatro de agosto, na audiência de quarta feira, na catequese sobre a Carta de S. Paulo ao Gálatas referiu que com a verdade do Evangelho não se pode negociar, porque a Fé em Jesus Cristo não é uma mercadoria que se pode vender a baixo preço. Nós acrescentamos o Evangelho não possui campanhas de saldo.
Esta afirmação papal baseia-se na passagem de S. Paulo que diz: “o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo” (Gal 1, 11-12). São Paulo está preocupado com o anuncio do Evangelho, enquanto Querigma, isto é, o anúncio da Morte e Ressurreição de Jesus, o mistério pascal que cumpre a promessa da Salvação de Deus para Israel e a Humanidade. A comunidade do Gálatas passou a dar ouvidos aos falsos profetas, desviando-se do caminho da Fé. Por isso, São Paulo insiste e convida esta comunidade a permanecer fiel ao único Evangelho. Diz-nos o Papa Francisco, este alerta serve também para nós, no Evangelho não há espaço para a negociação. Com a verdade do Evangelho não se pode negociar. “Ou Tu recebes o Evangelho como ele é, como foi anunciado, ou recebes outra coisa“.
O salvação não está à venda. Não se fazem acordos para se chegar à Salvação. O Evangelho é encontro, é salvação, é redenção. Em boa verdade, o Papa e São Paulo alertam-nos para a leviandade com que, por vezes, vivemos o Evangelho. A prática religiosa reduz-se a uma vontade física. A um estado de espírito. A um apetite espontâneo. E não a uma convicção profunda de querer deixar que Jesus entre na profundidade do nosso coração e transforme a nossa postura e atitudes em relação aos outros. Tão depressa me aproximo de Deus, como me esqueço de d’Ele. Julgamos que umas promessas, algumas velas a qualquer santo ou em Fátima, uma oferta generosa ao padroeiro da paróquia é suficiente para comprar o Céu. A Felicidade e a Verdade não se compram, alimentam-se, vivem-se e partilham-se como Dom. Deus não entra na teoria do mérito, numa troca direta, dou para receber. Deus acolhe-se numa atitude de liberdade e assume-se pela e na transparência da Verdade de uma Vida.
2 – Jogos Olímpicos. Depois de vermos os Jogos Olímpicos adiados no ano de 2020, por causa da Pandemia, assistimos neste ano de 2021 à sua realização. A abertura e o encerramento do Jogos foram autênticos momentos de magia, tanto pela tecnologia utilizada como pela sincronia das danças e músicas de centenas de participantes. Mas os Jogos Olímpicos são também a prova de que o esforço, a persistência, a luta e o espírito de fraternidade são vitais para se chegar mais rápido, mais alto e mais fortes. Desta vez, participação portuguesa chegou mais alto com quatro medalhados. A reflexão continua a ser a mesma é necessário criar condições para que os nossos jovens pratiquem mais e melhor desporto. No entanto, o nosso desporto continua reduzido ao futebol, movimentando milhões de euros e relevando para segundo plano todos as outras modalidades. É hora de todos pensarmos que há mais desporto, há mais qualidade de vida para além do futebol. Falta é vontade política e compromisso social para alterar este fenómeno.
3 – Calor. Advinha-se que os restantes dias de agosto sejam inundados por uma vaga de calor à semelhança do que temos assistido noutros países da Europa. Os efeitos do aquecimento global são já visíveis. Não basta um conjunto de diretrizes europeias ou mundiais, é necessário que cada homem e cada mulher inicie uma atitude mais ecológica, cuidando do planeta, a nossa casa comum.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 54, n.º 620, 14 de agosto de 2021