
1 – Natal. Chegamos ao Natal. Atrevo-me, mesmo a dizer que todos chegamos ao Natal e, na generalidade das pessoas, todos celebramos o Natal. Mas, nem todos chegamos pelo mesmo caminho ao Natal.
Na nossa comunidade procurámos que a chegada ao Natal fosse envolvida por este desafio: Levantai-vos. Vamos a Belém. Só quem se disponibiliza para sair do conforto, descalçando as pantufas do bem-estar, deixando de lado tantas coisas, é que é capaz de sair para ir ao encontro do outro. Ou permitir que o seu coração, a sua vida, se torne hoje a cidade de Belém, onde o Deus Menino quer nascer.
É por isso, um caminho espiritual, interior, que tem reflexo na forma de viver e de estar. É talvez um caminho mais difícil, mas seguramente aquele que traz consigo mais felicidade. Permitir e Acolher, no mais íntimo da nossa vida, o Deus Amor e tudo aquilo que esse Amor implica ou exige.
No entanto, houve outros, que à pala do Nascimento de Jesus, o Natal, quiserem celebrar o mesmo Natal, mas cheios de tudo, de coisas e mais coisas. Tão atulhados destas coisas banais estiveram que, os embrulhos, ofuscaram a Beleza do Presépio. Ficaram cheios, mas vazios de Esperança, Vida e de Amor.
Se ainda não o fizemos, desembrulhemos a nossa vida de tudo o que é enfeite, e deixemos que o essencial, o Amor, renasça em nós.
2 – I am Church. Estamos a viver o Ano da Família Amoris Laetitia, uma iniciativa do Papa Francisco que teve início no dia 19 de março de 2021 e terminará no dia 26 de junho de 2022, por ocasião do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma. Através desta iniciativa, o Papa Francisco pretende, que nas paróquias surja um movimento de reflexão e de estudo que ajude a viver a riqueza presente na exortação Amoris Laetitia. Neste sentido, têm existido várias iniciativas, tais como o Dia Mundial dos Avós e idosos, Rosário para as famílias, Rosário dos namorados e a campanha I am Church (Eu sou Igreja). Estas iniciativas são promovidas pelo Discatério para os Leigos, a Família e a Vida para toda a Igreja acessíveis através da página: http://www.laityfamilylife.va.
Interpela-me de modo particular a Campanha #Iamchurch que consiste na divulgação de vídeos onde pessoas com deficiência e provenientes de várias partes do mundo contam a sua própria experiência de fé e afirmam: Eu sou Igreja! Em cada vídeo vemos como estas pessoas contribuem para a vida comunitária e evangelização.
A Congrégation des Petites Soeurs Disciples de l’Agneau, em França, integra três religiosas com o síndrome de Down. No terceiro vídeo #Iamchurch, estas irmãs repetem, por várias vezes, Je suis heureuse – “eu sou feliz”, desmistificando a ideia comum de que alguém que vive em condição de deficiência esteja destinado a uma vida de sofrimento. A Irmã Véronique, uma das freiras, afirma: “Amo a vida, e sou feliz na minha comunidade. Devemos guardar o sorriso para testemunhar e trazer à nossa volta uma mensagem de alegria.” A deficiência não é um obstáculo à felicidade, nem à capacidade de me relacionar com Deus. Todos nós podemos contribuir para testemunhar a Beleza de Deus, a dificuldade ou o sofrimento não é razão suficiente para me manter em silêncio ou indiferente a Deus, disso dão-nos testemunhos estas pessoas com deficiência. #Iamchurch.
3 – Ómicron. Mais uma variante e mais transmissível. Não tarda haverá outras, Pi (П) ou Rô (Р)… até esgotarmos o alfabeto grego. A ciência, também se adapta, relativamente rápido a estas mudanças, mas só acessível aos mais ricos. Alguns já têm a quarta dose da vacina, outros nem a primeira. Enquanto, os países mais ricos não generalizarem o acesso às vacinas, nos países mais pobres, dificilmente atingiremos a imunidade de grupo tão desejada.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 54, nº 624, 30 de dezembro de 2021.