
1 – Gratidão. Neste número do Ecos de Penajóia sobressaem notícias que têm em comum a palavra: Gratidão. Gratidão pela vida matrimonial de quem celebrou as suas Bodas, gratidão pela presença e entusiasmo dos jovens nas festas paroquiais, gratidão pelas Bênçãos derramadas, gratidão pela música que encheu a nossa igreja com o concerto Em Forma de Pêra, gratidão pelas colheitas que a terra ainda nos oferece. Na sua essência, gratidão pela vida que Deus nos dá.
O Papa Francisco recordou, ao longo das suas catequeses sobre a família, a importância de três palavras fundamentais: com licença, desculpa e obrigado. Palavras simples, mas capazes de transformar as relações humanas e de abrir espaço para o diálogo e para a paz.
“Obrigado” é, de facto, uma palavra pequena, mas carregada de simbolismo. No mundo de hoje, marcado tantas vezes pelo egoísmo, pela pressa e pela indiferença, agradecer tornou-se quase um gesto contracorrente. Basta olhar para a dificuldade com que tantas sociedades acolhem migrantes e refugiados, ou para a lentidão das respostas políticas face aos conflitos e sofrimentos que marcam a atualidade internacional. Ver no outro alguém a quem devo agradecer a sua existência e presença parece ser, em muitos contextos, um desafio intransponível.
No entanto, a experiência do dia a dia mostra-nos que são inúmeros os gestos simples que revelam gratidão. Um sorriso, uma ajuda prestada, uma palavra de encorajamento, uma oração silenciosa, tudo isto são sinais de que ainda sabemos reconhecer e agradecer o dom do próximo.
Hoje, a minha palavra é, acima de tudo, de gratidão. Obrigado a Deus pelas pessoas que encontro e que, com as suas palavras e gestos, me fazem crescer. Obrigado por esta terra abençoada, a Penajóia, onde a beleza da natureza se encontra com a generosidade das suas gentes. Obrigado pelo sorriso das crianças, pela disponibilidade dos jovens, pela oração dos doentes e idosos, pela alegria das famílias. Obrigado por todos os que, mesmo sem o saberem, me ajudam a ser melhor e a corrigir os meus erros. Que cada um de nós saiba acordar e deitar-se com esta palavra nos lábios e no coração: obrigado.
2 – Incêndios. O ano de 2025 ficará marcado como um dos mais duros em incêndios florestais. Dezenas de hectares arderam, famílias perderam bens, e os prejuízos, humanos e ambientais, foram incalculáveis. Entre as causas, o fogo posto continua a envergonhar-nos, mas há outra realidade que não podemos ignorar: a falta de corresponsabilidade no cuidado da nossa terra. Urge educar para esta missão coletiva que passa por manter os terrenos limpos, gerir bem os resíduos e proteger a biodiversidade. A floresta não é apenas das autoridades, é de todos nós. O Papa Francisco lembra-nos que a Terra é a nossa “casa comum”. E tal como cuidamos da nossa casa, devemos cuidar do planeta. Que os incêndios de 2025 não sejam só estatísticas, mas um alerta para assumirmos, com coragem e amor, o compromisso de proteger a vida e o futuro.
3 – Autárquicas à vista! Que o voto não seja só por benefício pessoal, mas consciente. Leiam, informem-se e escolham quem melhor responde às necessidades reais das nossas freguesias e do concelho. Cada voto conta para construir uma comunidade mais justa e ativa.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 58, nº 661, 30 de setembro 2025.