per Mariam ad Iesum

S. Bernardo de Claraval

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Mensagem do Padre Manuel João

Padre Manuel João

Caríssimo

Pe. José Fernando

 

Muito obrigado pelos Ecos que vêm reavivar os laços com a nossa terra. Embora tais laços me parecem bem sólidos. Nestes últimos meses, tenho sonhado muitas vezes com a Penajóia e, sobretudo, com Valclaro. Não sei o que isso possa significar. Talvez o regresso às origens. Com efeito nos meus sonhos é como se estivesse percorrendo a minha vida ao revés, para trás.  

É uma ocasião para louvar o Senhor pelo dom da vida, pela minha terra e as suas gentes, pela sua beleza, pelas suas colinas e o nosso rio Douro, pela generosidade das suas vinhas, trabalhosas mas fecundas, pelas cerejeiras, oliveiras e frutais… Agora que a doença me levou o paladar e a possibilidade de comer e de beber (sou alimentado por uma sonda), privando-me ultimamente de tomar o Corpo e de beber o Sangue de Cristo… fiz prometer ao Senhor que, quando chegar às portas do Paraíso (onde espero de entrar pela grande Misericórdia de Deus!), me acolha com uma grande bandeja de cerejas e de cachos de uva moscatel, um bom prato de bacalhau desfiado, com azeitonas e cebola, tudo bem regadinho com azeite da nossa terra. E que o P. Zelito, acompanhado pelos bem-aventurados da Penajóia, me venha ao encontro com uma boa garrafa de vinho com os copos para brindar à saúde da Penajóia e das suas gentes. 

O “filho do pedreiro”, que a vocação missionária tão cedo desenraizou do abençoado solo natal para o levar longe pelos quatro cantos do mundo, não esqueceu a sua terra e tem saudades dela. Mais do que nunca me dou conta que somos filhos da nossa terra e que o seu sangue corre não só nas veias mas também nas fibras do nosso caráter, das nossas emoções, do nosso modo de pensar. Descubro, enfim, que ela criou raízes profundas no meu ser.  

Peço-vos uma oração pela minha comunidade. Vários colegas estão com a Covid. Eu estou relativamente bem, não obstante as habituais dificuldades na respiração. O vírus levou alguns dos meus amigos. Estou confiante, porém, que a baleia da minha doença (ELA) não se deixa amedrontar por um bichinho tão pequeno.  

Esta minha pouco simpática companheira desde há dez anos jurou de não deixar-me e que será ela a levar-me consigo. De todas as maneiras, conforta-nos a certeza que a mão de Deus que pede nunca vem vazia. 

Conservo-vos no santuário do meu coração.  

Que Deus vos abençoe e vos proteja! 

Pe. Manuel João, Comboniano.

 

Todos os meses fazemos chegar o Ecos de Penajóia, via email, ao nosso querido e conterrâneo P. Manuel João, missionário comboniano, natural de Valclaro. Sabemos da alegria que sente ao saber das boas novas da sua terra Natal, pois responde sempre ao email do envio do Jornal. Desta vez, prendou-nos com este belíssimo texto que expressa a profunda espiritualidade e intimidade com Deus nesta sua última viagem. Obrigado Padre Manuel João e queremos dizer-lhe que continuaremos a rezar por si e pela sua comunidade. 

 

in  Ecos  de Penajóia,  Ano 53, nº 614, 27 de novembro de 2020   

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