1 – Outubro chega ao fim, um mês dedicado à oração do Rosário e às Missões. Ao longo do mês fomos assistindo às peregrinações que algumas das nossas famílias realizaram ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, para agradecer, pedir e encontrar-se um pouco com Deus, depois de um ano cheio de trabalho. A Semana das Missões não poderia ter sido mais vivida. Connosco esteve a nossa Irª Ilda Pinto, missionária comboniana em missão na República Democrática do Congo e, agora, num período de recuperação após alguns problemas de Saúde provocados pela Covid’19. A nossa comunidade uniu forças e o ofertório do último domingo, deste mês, será para a Missão onde a Irª Ilda desenvolverá o seu trabalho. O testemunho, a alegria e a dedicação deixado nas nossas celebrações, pela Irª Ilda, apenas reforça a nossa responsabilidade para entendermos e percebermos que as Missões não se realizam apenas com a coragem e a disponibilidade dos que partem para países distantes, mas também com a oração e a generosidade de tantos cristãos das nossas comunidades. A Missão ad gentes tem o seu início e fruto se cada um de nós for capaz de imprimir nos batizados a responsabilização e o compromisso para com a Missão.
2 – Mês das Almas. Os cemitérios das nossas comunidades, nestes primeiros dias de novembro, recebem no seu interior muitas pessoas. Algumas estranhas à comunidade ou pelo menos ausentes desta na maior parte dos dias do ano. A morte une-nos, torna-nos iguais, faz-nos perceber que no nascer e no morrer há uma identidade ontológica, temos a mesma condição. No entanto, a experiência diz-nos que mesmo na morte continuamos a ter tratamento diferente. Olhando para os mausoléus, que inundam os nossos cemitérios, reconhecemos que as diferenças construídas e levantadas ao longo da vida, persistem mesmo após a morte. Como que querendo imortalizar a riqueza, o orgulho ou o poder. Apêndices que depois da morte de uma pessoa não servem para nada, nem a ninguém. É por isso que cada vez mais admiro os cemitérios sem túmulos construídos, onde se vê apenas uma cruz igual para todos e num basto campo verde. Na nossa cultura não é assim, nem o podemos exigir, mas podemos evangelizar e dizer que o culto dos mortos faz parte da nossa Fé. Que a oração pelos que morreram é necessária, para os nossos entes queridos que já partiram, mas também para cada um de nós. Podemos dizer ainda que a visita aos cemitérios nos permite viver o luto e não nos esquecermos das nossas raízes. Mas teremos de afirmar que não deve ficar reduzida a dois dias ou até um mês a lembrança ou oração. Todos os dias, são dias para rezarmos e pedirmos pelos nossos mortos, sobretudo pelos que estão mais abandonados da memória coletiva.
3 – Chuva. É uma bênção do céu. Ao longo de muitos dias fomos assistindo à diminuição dos nossos caudais de água, mesmo nestas terras onde facilmente é possível encontrar regos de água excedente que se encaminham até ao rio Douro. Uma terra sem água impede que plantas produzam com qualidade e quantidade os seus frutos. Agora há uma esperança pela forma suave como a chuva tem caído. Sejamos exigentes e contribuamos para uma cultura do bom uso dos recursos hídricos.
José Fernando, in Ecos de Penajóia, ano 55, nº 633, 31 de outubro de 2022.